segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ARTIGO CIÊNTIFICO: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR


A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL















ELISA BELLINI SALIBA




















DOURADOS- MS
2012






IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL








ELISA BELLINI SALIBA













Artigo apresentado ao programa de pós graduação de Latu Sensu da faculdade de Iguaçu, Capanema-PR, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação Infantil e Séries Iniciais sob a orientação da professora Mestre Marileth Portela de Matos.














 DOURADOS – MS
           2012




Resumo: Este artigo analisa a importância da brincadeira na Educação Infantil a partir de estudos sobre as funções do lúdico no desenvolvimento emocional, social, cultural, afetivo e cognitivo da criança. Para tal traçou-se os seguintes objetivos: compreender a importância do lúdico para o desenvolvimento integral da criança, além de reconhecer a importância das atividades lúdicas no processo de ensino- aprendizagem. Para a compreensão teórico-metodológica desta temática foram realizados estudos bibliográficos e documentais e ainda um questionário com professoras de um Centro de Educação Infantil Municipal. De fato o estudo aponta que, o brincar na infância e na educação infantil muito mais do que uma prática pedagógica desenvolvida, estimulada pelas instituições de atendimento à criança pequena é inerente ao próprio desenvolvimento infantil desvelando modelos sociais construídos em uma determinada sociedade num dado momento histórico.
Palavras-chaves: brincadeiras na educação infantil; ensino-aprendizagem; educação infantil.




Abstract: This paper examines the importance of play in early childhood education from studies on the functions of play in the emotional, social, cultural, emotional and cognitive development. For that drew up the following objectives: understanding the importance of play for the integral development of the child, and recognize the importance of play activities in the teaching-learning process. To understand theoretical and methodological studies of this issue have been conducted bibliographic and documentary and even a questionnaire with teachers of a Municipal Early Childhood Center. In fact the study shows that, playing in infancy and early childhood education much more than a pedagogical practice developed, stimulated by the institutions of care for infants is inherent in the child development unveiling social models built in a given society at a given historical moment .

Keywords: play in early childhood education, teaching and learning, early childhood education.






















¹Graduada em Pedagogia pela UFMS







1-  INTRODUÇÃO
Este artigo trata do tema da brincadeira na educação infantil. Para desenvolvermos este trabalho, levantamos a seguinte problemática: qual a importância do brincar na educação infantil? Qual o melhor lugar que a brincadeira pode ocupar? Que lugar o educador da educação infantil tem nesta relação? De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, educar significa:
(...) propiciar situações de cuidados, brincadeiras, aprendizagens orientadas de forma integrada e que possa contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança. (1998, p. 23).
Percebe-se então que, em nível de uma política nacional de currículo para a educação infantil, afirma-se uma proposta de educar a criança pequena, inclusive educar pela brincadeira.   Para tal, traçamos os seguintes objetivos: compreender a importância do lúdico para o desenvolvimento integral da criança, além de reconhecer a importância das atividades lúdicas no processo ensino-aprendizagem, bem como analisar a visão de professores de educação infantil sobre a importância do brincar na educação das crianças. Também no mesmo grau de importância pretende-se analisar a brincadeira e apontar como essa valorização pode ser um ponto de partida para todos e quaisquer aprendizagens.
Para atingir os objetivos propostos, empreendemos um estudo bibliográfico na perspectiva sócio-histórica, abordando autores como: Maluf (2003), Vygotsky (1989), Wajskop (1997), Oliveira (2000), Oliveira (2002).
Ainda na perspectiva de apreensão do objeto de pesquisa, foi realizado um questionário com três educadoras de um Centro de Educação Infantil, com questões que possibilitaram compreender a visão destas educadoras sobre o ato de brincar na educação infantil.
            A brincadeira na educação infantil, muito mais do que uma prática pedagógica, é inerente ao próprio desenvolvimento infantil porque o brincar é revelador da organização de uma sociedade em um determinado momento histórico (Wajskop, 1997).
2 -  REVISÃO DA LITERATURA
2.1 AS FUNÇÕES DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
O ser humano brinca desde a mais tenra idade. De uma maneira geral, a criança pequena traz consigo o impulso da descoberta, da curiosidade e do querer aprender as coisas.
Ela mexe com os dedos, inventa vozes, esconde as mãos, descobre os pés, faz algo sumir e aparecer; esse jeito de lidar com a realidade já tem aspectos de brincadeira. Essas atitudes são uma forma da criança estar descobrindo-se e compreendendo o mundo que a cerca, inventando-o, e se encontrando nele.
Neste sentido para Wajskop (1995):
Brincar é uma atividade paradoxal: livre, imprevisível e espontânea, porém ao mesmo tempo, regulamentada; meio de superação da infância, assim como modo de constituição da infância, maneira de apropriação do mundo de forma ativa e direta, mas também através de representação, ou seja, da fantasia e da linguagem (p.66)
Isso implica entender que brincando, o indivíduo age como se fosse outra coisa e estivesse em outro tempo e lugar, embora, para que essa atividade seja considerada brincadeira e não alucinação, deve estar absolutamente conectada com a realidade.
Dentre os instrumentos utilizados pelas crianças para a realização destas relações, destaca-se o brinquedo. De fato, os brinquedos são considerados objetos sócios culturais, portadores de imagens, além de evocarem funções cognitivas e motoras. Diante disso, os brinquedos propõem uma forma singular de ver e representar a realidade. O brinquedo não pode ser visto como a realidade, mas sim como uma forma de representá-la. Sendo assim, os brinquedos, sejam industrializados ou artesanais, constituem-se em objetos mediadores tanto das relações das crianças com os adultos, como na interação entre as crianças, e por meio de sua utilização nas brincadeiras, acabam por proporcionar a facilitação na construção dos papéis sociais e representações, ou seja, as formas de ser e pensar na sociedade.
Vygostsky (1989) ainda diz que:
(...) definir o brinquedo como atividade que dá prazer é insuficiente, porque existem outras experiências que podem ser mais agradáveis à criança. O que atribui ao brinquedo um papel importante é o fato de ele preencher uma atividade básica da criança, ou seja, de um motivo para a ação. (p. 105)
Sendo assim, para Vygostsky, a imaginação é um processo novo para a criança, pois constitui uma característica típica da atividade humana consciente. O brinquedo difere do trabalho e de outras formas de atividade, porque cria uma situação imaginária. Assim, a brincadeira de faz - de –conta pode ser vista como uma intercessão de dois amplos conceitos: brincar e simular.
A brincadeira de faz-de-conta está ligada ao sentimento de “como se” que caracteriza o jogo simbólico, e, de acordo com Piaget (1951), tem seu apogeu aos quatro anos de idade. O “como se” pode ser observado em crianças que brincam imitando barulhos de carros apitos de trem ou tiros de canhões, tendo como suporte da brincadeira, apenas, alguns pedaços de madeira e ou soldados de plástico.
A brincadeira de faz-de-conta é freqüentemente manifestada, por exemplo, no comportamento de fingir que está dormindo, quando não está. Envolve também objetos substitutos, fazendo de conta que uma trouxa de roupa é um travesseiro e imaginando objetos, fingindo haver um travesseiro onde não há nada. De acordo com Bomtempo (2000, p.181), “O mundo real é suplantado pelo mundo da fantasia: a lona do mundo de faz-de-conta é estendida sobre o real”.
2.2  A BRINCADEIRA INFANTIL
A brincadeira pode proporcionar uma situação privilegiada de aprendizagem infantil. No brincar, o desenvolvimento infantil pode alcançar níveis mais avançados de abstrações do pensamento. Assim, a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, estão articulados aos processos de apropriação do conhecimento que estão em sua cultura. De acordo com Wajskop (1997, p.25), a criança desenvolve-se pela experiência social, nas interações que estabelece, desde o nascimento com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado.
Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana na qual a criança é introduzida, constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos adultos.
2.3  DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA INFÂNCIA
Desenvolvimento cognitivo refere-se ao desenvolvimento das atividades conscientes, estas que acabam determinadas pelas formas sociais e culturais da vida humana.
Para Vyigotsky (1989), a aprendizagem configura-se no desenvolvimento das funções superiores através da apropriação e internalização de signos e instrumentos em um contexto de interação. A aprendizagem humana pressupõe uma natureza social específica e um processo mediante o qual as crianças aprendem a fazer parte da vida intelectual daqueles que as rodeiam.
Do ponto de vista do desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens sociais, afetivas e cognitivas. Segundo Vygotsky (1989), é na brincadeira que a criança:
(...) sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário: no brinquedo é como se ela fosse maior do que a realidade (...) o brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência. A ação na esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação das intenções voluntária se a formação dos planos de vida real e motivações voluntárias, tudo aparece no brinquedo (...) (p.117)
Nesta fase da vida da criança ocorre uma diferenciação entre os campos da visão e do significado, e o brinquedo acaba por prover, uma situação de transição entre ação da criança com objetos concretos e suas ações com significados. Numa situação imaginária como a da brincadeira de faz -de- conta, a criança é levada a agir num mundo imaginário. A criança poderá utilizar materiais que servirão para representar uma realidade ausente.
Para Kishimoto (1993), o brincar desenvolve a imaginação e exige a tomada de iniciativa, desafiando a inteligência da criança para encontrar soluções para os problemas, ou seja, através dos jogos infantis, as crianças desenvolvem seu raciocínio e constroem o seu conhecimento de forma descontraída.
2.4  A AÇÃO DO EDUCADOR SOBRE O BRINCAR INFANTIL
Existem educadores infantis que são resistentes a assimilar a brincadeira á aprendizagem, ainda que reconheçam sua importância para o desenvolvimento infantil.  (Cf. FORTUNA, 2004)
Uma hipótese para entender tal posição, de acordo com Fortuna (2000) é que durante muito tempo, a definição da identidade profissional do professor baseou-se na oposição brincar versus estudar: assim, nesta perspectiva, a instituição de educação infantil é lugar de estudar. Outra hipótese é que a disposição de “deixar brincar” seria o modo do professor se insurgir contra as práticas educativas que submetem o tempo passado na escola infantil ao pragmatismo e ao utilitarismo da economia escolar.
Para Maluf (2003, p.32) “um professor que não gosta de brincar nunca irá observar seus alunos vivenciando práticas lúdicas e também não reconhecerá o valor das brincadeiras na vida da criança.” Assim, segundo este autor, algumas instituições escolares já estão dando o devido valor ao brincar. Estão levando cada vez mais as brincadeiras, os jogos e os brinquedos para o espaço pedagógico. Os professores, aos poucos, estão buscando informações e enriquecendo suas experiências para entender o brincar e utiliza-lo para auxiliar na construção do aprendizado da criança. Quem trabalha com a educação de crianças deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção e a imaginação de uma criança, brincando com ela. O lúdico é parceiro do professor (cf.MALUF, 2003).
Nesta perspectiva, de acordo com Fortuna (2000) o brincar, enquanto promotor da capacidade e potencialidade da criança, deve ocupar um lugar especial na prática pedagógica, tendo como espaço privilegiado a sala de aula. A brincadeira precisa vir à escola.
2.5  A RELAÇÃO COM O OUTRO NAS BRINCADEIRAS
A brincadeira também pode transformar-se em um momento privilegiado de interação e embates de diferentes crianças com pontos de vistas diferentes. Nessas interações as crianças imitam e representam o que presenciam na sociedade na qual vivem.
Para Bomtempo (2000), as brincadeiras em conjunto vêm a ser a melhor experiência de socialização, uma vez que para fazer parte do grupo, é preciso aprender gradativamente a tomar conta dos próprios impulsos de hostilidade e desagregação, já que estes também podem ser identificados pelas outras crianças que passarão a vir excluir ou menosprezar aquele que não se integra de fato.
Ao aprender a lidar compossíveis frustrações de não ver seus desejos sempre realizados, de ter que esperar a sua vez brincar ou dirigir a brincadeira da forma como gostaria, a criança quebra sua rigidez e passa a brincar levando em conta diferentes perspectivas em diferentes contextos. Conforme Oliveira (2000), na sua relação com o outro, a criança é levada pelo grupo, a ceder, a improvisar, a ter “jogo de cintura”, assim como a usar a sua imaginação e sua intuição em equipe.
Neste sentido, Oliveira (2000, p.24) afirma que “o grupo propõe, estimula, desafia, negocia, decide. Acolhe e rejeita, num contínuo movimento de progressivos ajustamentos recíprocos”.
A criança na brincadeira acaba por mostrar a sua força de vontade e autocontrole. Aqui a sua subordinação a uma regra e, a renúncia de seus impulsos, são considerados os caminhos para atingir o prazer.
Sobre isto Wajskop (1995) afirma que
A brincadeira infantil constitui-se numa atividade em que as crianças, sozinhas ou em grupo, procuram compreender o mundo e as ações humanas nas quais se inserem cotidianamente (...) satisfazer as regras é uma fonte de prazer. A regra vence, porque é um impulso mais forte. Tal regra é uma regra interna de autoconcentração e autodeterminação (...). (p.07)
Neste sentido, conforme Wajskop (1995) é na brincadeira que as crianças exploram as diferentes representações que tem do mundo e nesse espaço também são aprendidas as relações sociais e afetivas e as normas de comportamentos, tanto no sentido de representar importância, como no caso do desenvolvimento da autonomia e da cooperação, como no sentido de representar idéias retrógradas e conservadoras, com as quais as crianças se deparam no dia a dia.
A importância do ato de brincar no desenvolvimento infantil
O brincar é importante porque incentiva a utilização de jogos e brincadeiras. No brincar existe, necessariamente, participação e engajamento, com ou sem brinquedo, sendo uma forma de desenvolver a capacidade de manter-se ativo e participante.
È importante a criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações cotidianas, e assim vai construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo que a cerca.
Para Fortuna (2004), brincando a criança desenvolve suas potencialidades. Os desafios que estão ocultos no brincar fazem com que a criança pense e alcance melhores níveis de desempenho cognitivo, afetivo, social e cultural.
Assim, por meio do brincar a criança relaciona-se com a aprendizagem. Brincando, ela constrói novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento saudável.
De acordo com Maluf (2003) toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar-se um adulto muito mais equilibrado, tanto físico, quanto emocionalmente. Diante disso conseguirá superar com mais facilidade problemas que possam surgir no seu dia a dia. Ainda segundo esta autora, a criança privada de brincar poderá ficar com traumas profundos dessa falta de vivência. Quando a criança brinca, ela está vivenciando momentos alegres, prazerosos, além de estar desenvolvendo habilidades.
Ao brincar, as crianças exercitam suas potencialidades, provocam o funcionamento do pensamento, adquirem conhecimento sem estress ou medo desenvolve a sociabilidade, cultivam a sensibilidade, desenvolvem-se intelectualmente, socialmente e emocionalmente. Elas mostram que são dotadas de criatividade, imaginação e inteligência. Conforme Maluf (2003) desenvolve capacidades indispensáveis á sua futura atuação profissional, tais como atenção, concentração e outras habilidades psicomotoras. Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para a formação em todas as etapas de sua vida.
2.6 O LUGAR DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
         De acordo com Maluf (2003), São necessárias habilidades distintas para brincar em diferentes tipos de espaços. Há alguns espaços mais adequados do que outros para certos estágios de desenvolvimento da criança. Para a autora, existem quatro tipos básicos de espaços para brincar.
1. Um espaço amplo, livre para brincar. Como exemplo, podemos citar uma quadra, um gramado, ou um ambiente sem nenhum objeto.
2. Um espaço amplo, com um objeto móvel. Como por exemplo, um gramado ou uma sala de aula.
3. Um espaço com muitos móveis e com muitos objetos. Como por exemplo, um quarto cheio de móveis e brinquedos, ou um parquinho cheio de equipamentos para brincar.
4. Um espaço com muitas pessoas se movimentando. Como por exemplo, uma sala de aula cheia de crianças brincando.
            Assim, até mesmo um rápido olhar sobre a sala de aula de Educação Infantil, permite estimar o papel que desempenha o brincar nesse lugar, a começar pelo ambiente, ele mesmo favorável ou não ao desenvolvimento da atividade lúdica, uma vez que diferentes ambientes permitem diferentes atividades lúdicas, a partir de diversas modalidades de interação.
3-  METODOLOGIA
Para realização da pesquisa foi realizada pesquisa bibliográfica em livros, revistas e internet. Portanto, para se ter uma melhor compreensão de como a brincadeira é entendida e trabalhada em um Centro de Educação Infantil, foi aplicado um questionário contendo três perguntas para três professores da rede pública de ensino, no qual tais profissionais da educação infantil puderam expor seu ponto de vista sobre o tema abordado.
De acordo com Gil (2002) questionário é a técnica de investigação composta por um determinado número de questões apresentadas por escrito as pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões e situações vivenciadas.
Para apresentarmos as respostas do questionário com o corpo docente do Centro de Educação Infantil, nomeamos as educadoras da seguinte maneira: professoras A, B e C.
4-  ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A primeira questão que as educadoras do Centro de Educação Infantil responderam foi como é entendido o momento da brincadeira por elas.
O momento da brincadeira é colocado pela educadora “A” como “momentos livres e descontraídos para brincar com música, dança, imitar, correr, explorar seu espaço, interagindo e socializando-se com os colegas e ampliando eu conhecimento de mundo.”
A educadora “B” ressalta que “são momentos de liberdade de expressão da criança. É na brincadeira que a criança expressa suas alegrias, suas vontades, suas fantasias, e o professor deve aproveitar esse momento para obter mais intimidade com seus alunos, conhecê-los melhor e saber qual dificuldade que cada um enfrenta”.
A educadora “C” diz que as brincadeiras oferecem oportunidades para desenvolver a coordenação e habilidades.
Na segunda questão foi perguntado com quais objetivos estão sendo propostas as brincadeiras?
A educadora “A” explica que “as brincadeiras são propostas para satisfazer as necessidades das crianças de descobrir e explorar o novo”.
Conforme Maluf (2003), o brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança. É essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo.
A educadora “B” comenta da importância de “desenvolver a autoconfiança e percepção, além de proporcionar a interação entre crianças”.
Nesta questão a educadora “C” também destaca como objetivos incentivar a socialização e interação entre crianças, para que as mesmas possam “desenvolver capacidades física, afetiva e social, além de sua imaginação, identidade e autonomia”. O professor deve ser o mediador para que isso possa ocorrer.
5- CONCLUSÃO
Neste artigo foi possível constatar que a brincadeira infantil deve ser entendida como um processo e atividade social infantil de crianças históricas e socialmente situadas e ainda, como o resultado de um aprendizado no interior de uma determinada cultura.
Diante disso, esta atividade histórico-social desenvolve a atenção, a concentração, a criatividade e o prazer, além de muitas outras habilidades na criança. Na brincadeira a criança se equilibra, recicla suas emoções e sacia sua necessidade de conhecer e reinventar a realidade em que vive. Dessa forma, a brincadeira vai se constituindo em uma maneira de conhecer e recriar os modelos sócio-culturais do mundo dos adultos.
Para que a brincadeira infantil se desenvolva no espaço físico da educação infantil, se faz necessário o entendimento dos educadores da importância de tais atividades, pois os professores têm um papel fundamental, tanto na organização de espaços e tempo, como na ampliação de possibilidades de uso dos mais diversos materiais.
Nesse sentido o que pode ser observado, através deste artigo, é que as educadoras entrevistadas possuem o conhecimento sobre a importância do ato de brincar na educação infantil.
È necessário apontar o papel do educador na garantia e enriquecimento da brincadeira como atividade social do universo infantil. As atividades lúdicas devem ocupar um lugar especial na educação. Assim o professor é figura essencial para que isso aconteça, criando espaços, oferecendo matérias adequadas e participando de momentos lúdicos. Agindo desta maneira, o professor estará possibilitando as crianças uma forma de assimilar a cultura e modos de vida dos adultos, de forma criativa prazerosa e sempre participativa.
Portanto, entende-se que o brincar deve ser posto constantemente em questão e em prática nas instituições de educação infantil, pois ao brincar não se aprende somente conteúdos escolares, aprende-se algo sobre a vida e constante luta que nela travamos.
5-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOMTEMPO, Edda. Brincar, fantasiar, criar e aprender. In: OLIVEIRA, V.R. (org.) O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
BRASIL, Câmara de Educação básica. Resolução CEB n° 1, de 07 de abril de 1999, instituiu as diretrizes Curriculares nacionais para Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 1999.
____________ Referencial Curricular Nacional, lei 9394/96, de 20de dezembro de 1998.

FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: Xavier, M. L. F. DALLA ZEN, M. I. H. Planejamento: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, 2000 (Cadernos de Educação Básica, n.06, p.147-164)
     ____________.O brincar na educação infantil. In: Revista Pátio – Educação Infantil. Ministério da Educação, n° 03, março, 2004.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4º ed. São Paulo. Atlas S.A, 2002.
KISHIMOTO, Tizuco Marachida (org). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.
MACEDO, Lino de. A importância do brincar. In: revista Pátio- Educação Infantil. Ministério da Educação, n° 03, março, 2004.
MALUF, Ana Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. 2° ed.Petrópolis: Vozes, 2003.
 OLIVEIRA, Vera Barros de (org). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

Um comentário: