quinta-feira, 19 de novembro de 2015


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL



UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL - UFMS



ROSEMEIRE MACIEL DE FREITAS PEREIRA






A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL:brincar, contar, recontar, uma forma de ensinar.













DOURADOS-MS
2014



ROSEMEIRE MACIEL DE FREITAS PEREIRA












A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: brincar, contar, recontar, uma forma de ensinar.





Trabalho apresentado como exigência para conclusão do Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil/UFMS/MEC, sob a orientação da professora Prof. MSc. Graci Marlene Pavan











DOURADOS-MS
2014
AUTORA: Rosemeire Maciel de Freitas Pereira



RESUMO: Este artigo teve como objetivo mostrar, no cotidiano da sala de aula, que o brincar pode ser encarado como algo sério e de cunho pedagógico. Qual é a importância da contação de história na Educação Infantil? E, a partir deste questionamento iniciei minha pesquisa definindo como objetivo geral verificar o impacto de aprendizagem interpretativa da atividade lúdica de contação de história em uma sala de aula da Educação Infantil e, para atingir este objetivo foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: desenvolver a contação de história em sala de aula de crianças; observar o desenvolvimento da socialização, criatividade, imaginação e memorização das crianças envolvidas na pesquisa; desenvolver a história contada por meio da técnica do ‘avental’. O estudo de caso se deu com crianças de três anos de idade, do jardim II, de uma escola do município de rio Brilhante/ MS. A pesquisa teve inicio a partir de fichamento das bibliografias pesquisadas para ter conhecimento teórico permitindo assim a análise dos dados baseado em referenciais teóricos. Os principais autores pesquisados foram Abramovich (993) e Piaget (1976, 1987 e 1989). Após as análises concluiu-se que contar histórias para crianças promove a criatividade, a socialização, imaginação e memorização das crianças, independente de serem histórias conhecidas entre as crianças.


Palavras-chave: Contação de história; lúdico; Educação Infantil.


INTRODUÇÃO

É importante destacar, que segundo Abramovich (1993)as atividades mais utilizadas com os alunos da Educação Infantil são: brincadeiras de rodas, contação de história, jogos de leitura e matemáticos, teatro de fantoche e cantigas populares, esses acreditam que o lúdico contribui para o fomento da criatividade, interesse, participação e envolvimento dos alunos nas aulas, além de tornar o aprendizado mais dinâmico tanto para os alunos como para os professores.

Diante dessa realidade percebe-se a importância de uma educação que vise não somente a mera decodificação e codificação de signos linguísticos, mas uma educação centrada nas diferenças entre os educandos respeitando suas inteligências e seu processo de aprendizagem. Como um suporte a prática pedagógica de educadores a tempos se tem discutido sobre o lúdico e suas contribuições no processo educativo, de forma alegre e dinâmica muitas são as práticas lúdicas: jogos, brincadeiras, contação de histórias, cantigas de rodas, teatro de fantoche, dentre outras.

Mas como trabalhar tais atividades? Para quê? Essas são algumas perguntas que surgem no pensamento de educadores. Várias são as formas de se trabalhar o lúdico em sala de aula o professor precisa adequar-se a melhor forma, focando naquelas que possibilitem a melhor aceitação dos alunos e contribuam para o desenvolvimento das chamadas inteligências múltiplas(DELVAL, 2002).

Dentre estas atividades lúdicas uma em especial me desperta a curiosidade em pesquisar, que seria a contação de história. Desta forma levanto o seguinte questionamento: Qual é a importância da contação de história na Educação Infantil? E, a partir deste questionamento iniciei minha pesquisa definindo como objetivo geral verificar o impacto de aprendizagem interpretativa da atividade lúdica de contação de história em sala de aula da Educação Infantil e, para atingir este objetivo foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: desenvolver a contação de história em sala de aula de crianças com idade de 03 a 04 anos de idade; observar o desenvolvimento da socialização, criatividade, imaginação e memorização das crianças envolvidas na pesquisa; desenvolver a história contada por meio da técnica do ‘avental’.


1. CONTEXTUALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

Destaca-se que a contação de história tem ocupado um importante papel no contexto escolar sendo desenvolvida como uma prática prazerosa de auxilio ao fomento da leitura e escrita, esta vem tomando espaço no plano de aula de alguns professores que veem nessa metodologia uma forma de melhorar suas aulas e assim proporcionar aos educandos uma educação diversificada e contextualizada.

No cotidiano da sala de aula o brincar pode ser encarado como algo sério e de cunho pedagógico, para tal faz-se necessário o conhecer algumas das diversas práticas lúdicas. O trabalho com atividades lúdicas proporciona ao professor um ensino que valoriza o gosto dos alunos, que de modo geral gostam de brincar e, quando se aprende nessas condições, aprende-se a controlar um universo simbólico e particular vivido por cada um.

É sabido que na Antiguidade, a contação de histórias era um meio de divulgação das doutrinas religiosas budistas. Na Idade Média, os contadores de histórias eram muito respeitados. Para cada época, as histórias e seus contadores tiveram o seu valor peculiar, sendo repassados de geração a geração os feitos, decepções, amores, sonhos, temores e esperanças da humanidade e ler e contar histórias é alimentar o imaginário (ABRAMOVICH, 1993).

Vale ressaltar que durante a contação de história provocamos na criança a reflexão de momentos em que o mundo é descoberto com seus inúmeros conflitos e impasses, bem como suas soluções. Ao se tratar do público infantil, é através das histórias que há uma identificação com os personagens – cada qual correspondendo ao momento que está sendo vivido pela criança ou adolescente – de modo a lidar melhor com suas próprias dificuldades e buscar soluções para cada uma delas(ABRAMOVICH, 1993).

Segundo Freire (1991) é a partir da leitura de mundo que o ser humano aprende a ler os demais textos. A literatura oral, além de expandir a leitura do mundo, torna-se uma ferramenta eficaz para despertar a curiosidade por outras artes e exercitar a imaginação dos ouvintes. Neste contexto, Vieira apudAbramovich (1993, p.8) destaca que:

Desde os primórdios da humanidade, contar histórias é uma atividade privilegiada na transmissão de conhecimentos e valores humanos. Essa atividade tão simples, mas tão fundamental, pode se tornar uma rotina banal ou representar um momento de excepcional importância na educação das crianças.

Neste sentido, além disso, as metáforas, também muito presentes nas histórias, permitem uma possibilidade de identificação das crianças e adolescentes com os personagens, promovendo uma interação entre contador e ouvinte, como afirma GutfreindapudAbramovich (1993, p.18).

[...] a metáfora guarda essa dupla capacidade: por um lado, é capaz de apresentar nossos dramas e conflitos principais. O símbolo é duríssimo e dá vida para nosso material mais arcaico ou sem nome, ou ainda, para nossos medos primordiais. Por outro lado, a metáfora é feita do simbólico e estético, portanto, indireto. E protege a criança em sua viagem de projeção na intriga e nas personagens, garantindo certa tranquilidade nos processos de identificação. Ela diz tudo sem nada ameaçar.

É importante destacar que o ato de contar histórias traz em si uma série de fatores que ultrapassam o domínio das técnicas, envolve muito mais o entendimento por parte do contador/leitor das questões psicológicas e terapêuticas presentes no universo dos ouvintes e as influências que as histórias exercem na vida deles. Não bastam apenas as práticas educacionais e técnicas artísticas, mas principalmente à cumplicidade no olhar, empatia e sensibilidade para entender quando os ouvintes expressarem seus anseios, medos, esperanças e desejos com um simples gesto ou jeito de olhar ao ouvirem a história.

Sabe-se que a contação de histórias é uma ferramenta que incentiva a criança, desde cedo, ao hábito da leitura, possibilitando novas experiências diante dos obstáculos que aparecem em seu caminho.

Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com jeito de escrever do autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento... É através da história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É aprender História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... Porque se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser prazer e passa a ser Didática, que é outro departamento, não tão preocupado em abrir as portas da compreensão do mundo (ABRAMOVICH, 1993, p.17).

Nota-se que para Piaget (1976), o homem não é social da mesma maneira aos seis meses ou aos vinte anos de idade. A socialização da inteligência só começa a partir da aquisição da linguagem. Assim, no estágio sensório-motor a inteligência é essencialmente individual, não há socialização. No estágio pré-operatório, as trocas intelectuais equilibradas ainda são limitadas pelo pensamento egocêntrico (centrado no eu), as crianças não conseguem seguir uma referência única (falam uma coisa agora e o contrário daí a pouco), colocam-se no ponto de vista do outro e não são autônomas no agir e no pensar.

É entendido que no estágio operatório-concreto começam a se efetuar as trocas intelectuais e a criança alcança, o que Piaget (1976) chama de personalidade, em que o indivíduo se submete voluntariamente às normas de reciprocidade e universalidade. A personalidade é o ponto mais refinado da socialização o eu renuncia a si mesmo para inserir seu ponto de vista entre os outros em oposição ao egocentrismo, e que a criança elege o próprio pensamento como absoluto. O ser social de mais alto nível é aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes realizando trocas em cooperação, o que só é possível quando atingido o estágio das operações formais (adolescência).

Quanto à linguagem, sabe-se que a linguagem é o sistema simbólico fundamental na mediação entre sujeito e objeto do conhecimento e tem duas funções básicas: interação social (comunicação entre indivíduos) e pensamento generalizante (significado compartilhado pelos usuários). Nomear um objeto significa colocá-lo numa categoria de objetos com atributos comuns. Palavras são signos mediadores na relação do homem com o mundo (PIAGET, 1989).


2. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DA PESQUISA E DOS SUJEITOS
Entende-se que é um grande desafio para o investigador é saber acompanhar, através da observação, o percurso dos sujeitos. Não me refiro aqui à observação pura e simples, por considerá-la insuficiente, pois de acordo com Delval (2002, p. 28) o importante na pesquisa é “[...] descobrir o que não é evidente no que os sujeitos fazem ou dizem, o que está por trás da aparência de sua conduta, seja em ações ou palavras”.

Este estudo se desenvolveu através da contação de história com criançasde três anos de idade, de uma sala de Jardim II, com um total de vinte crianças. A técnica foi a dramatização na forma de contação de história.

Iniciou-se com o instrumento ‘avental’ que continha personagens e objetos que caracterizavam a história conhecida – Chapeuzinho Vermelho.Num segundo momento contamos uma história não conhecida das crianças.

Sempre que houve necessidade de intervenções, procura-se adotar o método de interrogação, ou seja, intervira partir das respostas ou tendências do pensamento dos sujeitos investigados, lançando contra argumentações que pudessem desafiá-los, procurando manter o diálogo ativo.

Neste sentido, optou-se por aplicar a metodologia da contação de história, em duas situações: uma em que contava a clássica história de Chapeuzinho Vermelho, sendo que se utilizou da contação narrativa, interpretativa e de integração com as crianças, assim, as crianças vivenciaram a história contada na forma de narrativa que estimulava a participação das mesmas e, num segundo momento, ocorreram as caracterizações das crianças como personagens da história contada anteriormente. Neste momento as crianças vestiram fantasias.

Após esta caracterização, se deu o momento da vivência das crianças na ‘pele’ das personagens (lobo mau, chapeuzinho vermelho, vovozinha). Primeiro vivenciaram a história com a turma e, em outro momento, para as demais turmas da escola, utilizando-se um espaço externo à sala de aula (varanda).

A outra opção foi a contação de uma história desconhecida das crianças. Optou-se por realizar esta experiência em sala de aula. Neste momento, se propôs a contação com interação das crianças, sendo que a narradora foi a professora regente da turma e a história contada teve a temática ‘saúde’. Neste contexto, o personagem ‘Dentinho’ atuou apresentando orientações para saúde preventiva aos dentes das crianças.

Faz-se importante destacar que as duas opções de contação de história foram muito divertidas para as crianças, pois todas participaram de forma ativa, ou como espectadores das dramatizações apresentadas pelos colegas, ou com as crianças caracterizadas como personagens, que foi o ponto alto para estimular a criatividade na atuação e,fomentou a imaginação das crianças, vivendo uma história clássica e uma desconhecida.

Destaca-se que todas as ações foram fotografadas e filmadas como forma de registro do trabalho realizado. Fotos no apêndice 1.


3. DESCREVENDO E ANALISANDO OS DADOS COLETADOS
Após a aplicação da atividade de contação de história seguem-se as análises dos momentos registrados com uma máquina fotográfica, para tentar identificar o quão foi importante esta vivência entre este grupo de crianças do Jardim II.

Foto 01
Fonte Ana Peres da Silva, 2014.

Conforme se observa na foto 01, a autora deste artigo trabalha com a contação de história do Chapeuzinho Vermelho, sendo que as crianças dramatizam caracterizados como personagens, assim, de forma lúdica foram levadas para uma vivência única de aprendizagem em que as crianças sentem as emoções dos personagens, principalmente se considerarmos as fantasias como suporte para leva-lasà se emocionarem e a encararem os personagens como um momento real de vivência. Esta já é uma história conhecida, o que facilita o envolvimento da criança neste contexto.

Durante a contação as crianças eram estimuladas a darem continuidade à história após terem ouvido o inicio da mesma. As crianças, neste momento, se oferecem para ajudar a dar continuidade na contação. Todos observam os coleguinhas e de modo geral ficam concentrados por alguns instantes, isto se deve, considerando o momento de desenvolvimento em que estão vivendo, ou seja, na fase em que Piaget (1976) considera como estágio pré-operatório, em que as trocas intelectuais equilibradas ainda são limitadas pelo pensamento egocêntrico (centrado no eu), as crianças não conseguem seguir uma referência única (falam uma coisa agora e o contrário daí a pouco), colocam-se no ponto de vista do outro e não são autônomas no agir e no pensar.

Foto 02
Fonte: Ana Peres da Silva, 2014.

Na foto 02, identificamos a criança como narradora da história de Chapeuzinho Vermelho, sendo que no ato de narrar, é estimulada, ao mesmo tempo, a deixar que os coleguinhas participem deste momento.Há que se considerar que depois dos momentos de contação, nos mantínhamos no tapete de histórias.

Na fase inicial da contação da história, eu conduzia a conversa, mas, aos poucos, esse espaço foi ficando natural a ponto de as crianças conversarem livremente, com pouca ou nenhuma intervenção de minha parte. As atitudes de cooperação que foram aparecendo no grupo são explicadas por Piaget (1989) da seguinte forma:

É, portanto, possível, [...] sublinhar as vantagens do trabalho em grupo do ponto de vista da própria formação do pensamento. Todos nossos colaboradores concordam em ver nessa técnica uma fonte de iniciativa. Quase todos admitem igualmente – e isso confirma o que vimos sobre a correlação entre a personalidade e as relações sociais de cooperação – que o grupo desenvolve a independência intelectual de seus membros. (PIAGET, 1989, p.150).

Dessa forma, cabe ao professor observar as diversas formas de organização das crianças entre si, o percurso do grupo na busca de informações e explicações das falas e dúvidas surgidas e as resoluções encontradas para as diversas situações a que estão sendo expostos na conversa.

Foto 03                                                                       Foto 04
Fonte:Ana Peres da Silva, 2014.

Observando as fotos 03 e 04, se vê as personagens Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, atuando com o auxílio da narradora da história. O momento foi propiciado de forma lúdica, com o avental para dar suporte e, dar continuidade aos momentos vivenciados pelas crianças.

A apresentação se deu para um público de crianças de outras turmas da Instituição, isto de forma que pudéssemos proporcionar uma aprendizagem compartilhada.Segundo, Abramovich (1993):

Como um suporte a prática pedagógica de educadores a tempos se tem discutido sobre o lúdico e suas contribuições no processo educativo, de forma alegre e dinâmica muitas são as práticas lúdicas: jogos, brincadeiras, contação de histórias, cantigas de rodas, teatro de fantoche, dentre outras.

Assim, é que se fundamenta às práticas realizadas em sala de aula, pois conforme os registros fotográficos se permitiu chegar a estas conclusões. Se observa a professora regente durante a contação de história consegue a participação das crianças por meio de questionamentos, participações com repetições de falas das personagens narradas pela professora e outros recursos que se deve utilizar para motivar as crianças a participarem e a criar sua forma de contar a história.
A seguir apresentam-se algumas imagens da mesma turma de crianças, agora como expectadores ouvindo uma história desconhecida da turma. A professora Regente da sala inicia com todos sentados a tentos à história. Num segundo momento ela estimula as crianças a participarem de forma mais ativa na contação e interpretação desta história.
Foto 05
Fonte: Ana Peres da Silva, 2014.

Na foto 05, se observa o momento da contação de uma história não conhecida pelas crianças. É uma história que narra sobre a personagem “Dentinho” que atua no campo da Saúde Bucal das crianças. A história também é contada de forma lúdica. Neste sentido, há a participação da professora regente e da auxiliar da sala de aula juntamente com a autora deste artigo, que atua como observadora neste momento da pesquisa.

Como garantia de uma boa narração são necessários elementos como originalidade, surpresas, agilidade da contação e a expressividade.

Para contar uma história – seja qual for – é bom saber como se faz. Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes... Capta-se o ritmo, a cadência do conto, fluindo como uma canção... Ou se brinca com a melodia dos versos, com o acerto das rimas, com o jogo das palavras... Contar histórias é uma arte... e tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido, e por isso não é nem remotamente declaração ou teatro... Ela é o uso simples e harmônico da voz. (ABRAMOVICH, 1993, p.18)

As crianças ficam atentas, tem expressões de alegria, surpresa e suspense no ar. De alguma forma elas fazem suas reflexões se manifestando através de caretas e mímicas imitando algumas informações que a professora repassa durante a contação da história.

Foto 06
Fonte: Ana Peres da Silva, 2014.

Na foto 06 podemos observar que se tem outra situação em sala de aula com atividade lúdica na contação de uma história. Todos sentados e atentos.Destaca-se que, após a contação desta história, as crianças não tiveram resistência quanto à escovação de dentes após a refeição.

Durante a contação volto a frisar que se observou a participação das crianças de forma interativa, com olhares e risos, enfim, expressões de entendimento ao que ouviam, viam e, também, de ‘surpresas’ com algumas informações desconhecidas.

Independente de as histórias serem conhecidas das crianças foi possível observar o desenvolvimento da criatividade, da socialização, da imaginação e memorização das crianças, mas também foi possível concluir que quando a história é conhecida, as crianças se envolvem mais rapidamente e isso facilita o fomento das capacidades citadas acima.




CONSIDERAÇÕES FINAIS


É importante relatar que durante o processo de estudo em referenciais bibliográficos que tratam do assunto e do estudo na prática em sala de aula, o que fica em evidencia é que o grande segredo para ser um bom contador de histórias é ler muito, ler tudo e não ter pressa para contar a história. Quem conta deve estar disposto a criar uma cumplicidade entre a história e o ouvinte, oferecendo espaços para a criança se envolver e não pode nunca ser um repetidor mecânico do texto que ele escolheu contar.

Abramovich (1993), afirma que, contar histórias é uma arte, que não pode ser feita de qualquer jeito, pegando qualquer livro, sem nenhum preparo. E quando isso acontece a criança logo percebe que o narrador não está familiarizado com a história e existe uma grande chance de no meio da história o narrador empacar ao pronunciar alguma palavra, fazer as pausas nos momentos errados e perder o rumo da história.

Ao Investigar a contação de histórias na Educação Infantil, constatou-se que é um instrumento poderoso e fundamental para o professor utilizar em sala de aula, pois contribui de diversas maneiras na educação das crianças, despertando nelas a imaginação, a criatividade, o interesse e o gosto pela leitura.

Realizando este trabalho foi possível perceber que através da contação de histórias o professor pode tornar a aprendizagem mais significativa e atraente para os alunos da Educação Infantil. Além disso, considera-se que contar histórias para as crianças, proporciona momentos de grande interação entre os alunos e o professor, é uma forma diferente e significativa de ensinar. Como instrumento indispensável, pode-se utilizar a contação de histórias nas diferentes situações na educação infantil.

Espero que essa pesquisa possa servir de referência para outras nesta mesma linha de investigação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1993.

DELVAL, J. O conhecimento nas diferentes áreas:as ciências da natureza e as ciências sociais. In: Crescer e Pensar: a construção do conhecimento na Escola. Porto Alegre: Artmed, 2002.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 26 ed. São Paulo: Cortez, 1991.

PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1976.

________. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1987.
________. A linguagem e o pensamento da criança. São Paulo: Martins Fontes, 1989. (Coleção Psicologia e Pedagogia).


























APÊNDICE




APÊNDICE 1 – fotos dos dias da contação de histórias